Por Jefferson Pereira
No decorrer deste texto analisaremos as ideias centrais do artigo “Reflexões sobre a crise ambiental: uma viagem até suas origens e um encontro com as soluções”, da doutora em Economia e Desenvolvimento Sustentável pela UnB-DF, e atual coordenadora do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus Cariri, Suely Salgueiro Chacon.
O artigo, publicado na Revista do Centro de Ciências Administrativas da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), possui uma abordagem interdisciplinar do desenvolvimento ao relacionar os avanços científicos, tecnológicos e econômicos ao uso exacerbado e inconsequente da natureza e dos próprios homens, ao mesmo tempo em que procura apresentar soluções para o desenvolvimento sustentável.
Os avanços a qual o artigo se refere se materializam a partir de dois grandes marcos históricos, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, que deram, respectivamente, as bases para o predomínio da ciência e da técnica. Mas que o homem obcecado pelo poder, na busca incessante pelo ter, não levou em consideração sua relação na e com a natureza, esquecendo-se do ser.
A indiferença em relação ao uso indiscriminado da natureza levou o homem à insensibilidade em relação ao próximo, explorando-o, com alegações ilusórias de progresso. Importando-se com o presente, sem lições do passado, nem previsões para o futuro.
A partir deste ponto consigo associar o desenvolvimento sustentável à Administração. Ao pensar na composição de uma organização, vejo atividades relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços, que precisam ser planejadas, organizadas, controladas e dirigidas, utilizando-se de recursos humanos. E que a vida das pessoas depende das organizações e essas dependem da atividade e do trabalho daquelas. Assim pode ser comparada a relação do homem com a natureza, se insistirmos em vê-la como negócio.
O artigo ainda aborda a razão da conscientização ambiental, que está intimamente ligada à qualidade de vida, da classe média especificamente. Entretanto, a classe trabalhadora, que é maior e tende a aumentar, aumentando, por conseguinte, seu consumo, sinaliza novos problemas ambientais. Porque nesse caso, a classe D e E não se importa muito como os problemas ecológicos. O que interessa, mais uma vez é o ter, como se fosse a solução na luta pela sobrevivência.
Com a reorganização da pirâmide social, percebe-se a mudança nos discursos políticos, que passam a incluir conceitos como o desenvolvimento sustentável, sem que, realmente, conheçam sua importância. Porque na verdade o Estado só intervém quando os interesses capitalistas são ameaçados, pois os recursos naturais e o próprio homem, ao serem prejudicados, podem prejudicar o próprio capital, cada vez mais globalizado e vinculados à pessoas e empresas que cultivam valores “pós-materialistas”, que coloca o meio ambiente e o homem como prioridades. É ai que se encontra um nicho de mercado em franco desenvolvimento, que deve ser observado pelos antigos e futuros administradores.
Como ferramenta propagadora do conhecimento, o artigo indica que a ciência deve se posicionar decididamente, desprendendo-se do jogo de interesses que tem comandado as ações humanas. E deve resistir para provar que é possível se alcançar um processo de desenvolvimento saudável e solidário, sem, necessariamente, promover a exploração do ser humano e a degradação ambiental.
Fonte:
Chacon Suely Salgueiro. Reflexões sobre a crise ambiental: uma viagem até suas origens e um encontro com as soluções. Revista do Centro de Ciências Administrativas. Fortaleza: UNIFOR, v. 9, n. 1, p. 66-75, ago. 2003. Disponível em: http://www.unifor.br/notitia/file/324.pdf
Acessado em: 25 Mar. 2011.
Concordo que com o passar do tempo as pessoas afastaram-se dos valores humanos, do convívio e preocupação com a natureza. O artigo mostra muito bem uma realidade que existe até hoje e que como foi citado no mesmo, a solução pode ser alcançada de forma favorável a ambas as partes, tanto para as empresas quanto para o meio ambiente.
ResponderExcluirCom o advento da industrialização o ser humano passou a pensar mais nele, e individualmente, do que na Natureza. Mas com a ameaça de um possível colapso, com efeitos na economia e na vida das pessoas de um modo geral, os países começam a criar métodos para tentar amenizar essa situação.
ResponderExcluirNo entanto seria interessante se os interesses lucrativos fossem deixados um pouco de lado para obter resultados mais satisfatórios.
Na realidade em que vivemos, ainda predomina o desejo de ter cada vez mais, sem dar tanta importância as consequencias que isso pode trazer. No entanto com o passar do tempo fica cada vez mais impossível de reverter os efeitos negativos que a natureza está provocando ao mundo, e tudo isso é culpa de nós mesmos. Mas ainda há tempo de amenizar um pouco,todo esse problema, se dermos mais importância ao que o desenvolvimento sustentável nos propicia.
ResponderExcluirCom certeza, com a Revolução Industrial e as novas possibilidade de enormes lucros e crescimento, foi deixado de lado o respeito à natureza, tendo apenas como foco o individualismo e a possibilidade de cada vez mais ter bens materiais. Porém os recursos estão acabando, e o resultado dessas destruições estão presente, resultando em uma menor qualidade de vida no que se diz respeito a saúde.Embora o homem tenha acreditado o contrario, a natureza não é um bem infinito, e o homem precisa dela para sobreviver, estando agora nas mão dela. É necessário que ocorram mudanças para minimizar os estragos a natureza, principalmente das grandes empresas, que são as principais responsáveis por tamanha destruição.
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